OSR, a saga pelo sistema próprio e D23

Meu sistema

Durante a pandemia a chama do RPG de mesa foi reavivada em mim quando esbarrei meio sem querer com o universo dos RPGs Old School (OSR).

Quem leu o post anterior sabe, sou cria do AD&D da abril (e sejamos francos, de GURPS também), e venho labutando na empreitada de escrever meu próprio sistema de RPG, para buscar inspiração andei mergulhando fundo no mundo dos sistemas OSR.

Meu objetivo é escrever um sistema com a pegada oldschool, mas que traga em suas regras a essência do cenário por traz.

Por conta disso uma das primeiras perguntas que tive de responder é: Raça e Classe ou Raça como classe?

Eu até consigo entender o charme de regras mas simples que a mecânica de Raça como classe traz, mas eu particularmente não sou muito fã da ideia de que um elfo não possa ser um ladino, ou um clérigo, ou mesmo que um anão não seja um mago.

Por conta de não conseguir enxergar isso funcionando no meu mundo fantástico, eu acabei descartando a ideia, apesar de que por muito tempo, por querer colocar no sistema uma raça de troca-peles ao estilo do Beorn eu cogitei inclusive manter as duas mecânicas (raça e classe juntamente com raça como classe).

Outra pergunta que venho ruminando as respostas já tem anos, diz respeito aos atributos, mantenho a linha da terceira edição, com todos os atributos funcionando iguais (mesma tabela para modificadores), ou sigo a escola antiga, onde cada atributo está diretamente ligado a uma coisa específica, e pode eventualmente nem ter uma regra modificador atrelado?

Ou talvez devesse seguir o caminho do excelente Five Torches Deep e criar uma mecânica (simples) específica para cada atributo justamente baseada em seu modificador?

Não posso dizer que estou totalmente satisfeito com minha resposta atual, mas tendo a adotar uma mescla entre seguir a escola antiga, juntamente com as pequenas regras para cada atributo, pois gosto muito do fato de todos eles terem algum reflexo para o jogador: uma Força 16 seria boa para um guerreiro, mas não seria completamente inútil para um usuário de magia, pois reflete a quantidade de equipamento que ele pode carregar, e esse tipo de regra existe para todos os atributos.

Por fim, a última pergunta que pretendo filosofar por aqui, diz respeito a regras que eu sempre achei um tanto sem sentido: Armas e Armaduras.

Eu entendo que restringir os tipos de armas e armaduras foi uma escolha de Design para balancear, sobretudo a classe Guerreiro, pois se todos utilizassem qualquer tipo de arma e armaduras ele ficaria atrás dos outros personagens, pois mecanicamente as duas coisas que os guerreiros fazem é ter um percentual maior de acerto nos ataques, e defesas boas (salvaguardas).

Dito isso eu até concordaria que lutar usando uma armadura completa é algo que requer algum treino, mas uma cota de malhas, uma loríga segmentada não tem muito segredo, o ponto talvez seja quanto tempo uma pessoa conseguiria realizar tarefas antes de ficar fisicamente exausto.

Pensando nisso atualmente estou seguindo a abordagem de que a utilização da armadura é limitada apenas pelo atributo de Força do personagem e pelo dinheiro, já que uma Armadura Completa é extremamente cara.

D23

Eu vi recentemente alguns posts e videos falando sobre o Desafio D23, onde ao longo de 2023, a cada dia deve-se montar uma sala/encontro de uma dungeon, e no final do ano teremos uma megadungeon pronta.

Ontem fiz minha primeira sala (na verdade uma entrada com algumas saletas ocultas), ainda não fechei o tema da minha megadungeon, mas me conhecendo, provavelmente será alguma antiga ruína, onde antes era uma cidade Anã, agora tomada por monstros da pior estirpe.

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Quarentena, procrastinação e RPG

Cá estamos no segundo ano de pandemia, trabalho remoto (pelo menos por enquanto), virou uma realidade, e todo esse tempo trancado dentro de casa, fez surgir em mim uma necessidade de parar de apenas consumir coisas e tentar fazer algo concreto.

Recentemente terminei de ler memórias póstumas de Brás Cubas, Machado com certeza agora é um dos meus autores favoritos, uma das passagens que mais me marcou foi o fato do protagonista, revendo sua vida após a morte, sonhava com um remédio incrível que ele queria fazer. Cubas passa um bom tempo sonhando na fama e no bem que o remédio traria, e em como todos conheceriam seu nome. Mas no final, tudo não passa de um sonho, já que ele nunca tirou a ideia do papel.

Com esse pensamento me aporrinhando as ideias, resolvi, como diziam Fucker e Sucker, “mexer meu traseiro gordo”, e entre outras coisas, rompi (mesmo que brevemente) minha procrastinação e tirei do papel um velho plano de escrever meu próprio sistema de RPG de papel e caneta.

Uma das minhas lembranças favoritas, relacionadas ao RPG envolve uma campanha de AD&D segunda edição, que joguei enquanto estava na oitava série – detalhe que naquela época ninguém tinha a menor condição de comprar um livro que dirá os três que formam a “caixa básica”, no final das contas utilizava-mos fotocópias de uma versão simplificada do jogo, chamada First Quest, o restante das regras eram inventadas na hora.

Edições novas foram vindo, mas algo estava diferente, por mais livros que possa empilhar em minha estante, por mais que dezenas de grupos de RPG estejam a um click de distância, alguma coisa não “batia”.

Ano passado felizmente consegui entender o que faltava, e melhor ainda, consegui encontrar uma boa definição para essa coisa que faltava, foi no ano passado que descobri a OSR.

OSR, ou Old School Renaissance/Revival é um movimento dentro do RPG de papel e caneta, que busca emular os jogos antigos de Dungeons and Dragons.

Um dos pilares do OSR é possuir sistemas mais enxutos, visando valorizar a criatividade dos jogares, por exemplo, ao invés de possuir um campo na ficha do personagem dizendo que a Elfa Ladina possui +4 em encontrar armadilhas, o Mestre do jogo é incentivado a descrever o local, e dar dicas, deixando que os jogadores explorem o mundo em suas mentes, sem a limitação de depender de uma regra pré escrita.

Andei pensando muito sobre regras x possibilidades, em sistemas OSR a rolagem de dado é relegada para momentos de tensão, onde, por alguma decisão do jogador, seu personagem se depara com uma situação de vida ou morte (daí a origem do termo, que em língua inglesa chama-se saving throw – o famoso “save or die” ), e se por um lado eu gosto da liberdade de tomar decisões, ou tentar coisas completamente fora da caixa, rolar dados também é muito divertido.

Com esse pensamento aparentemente contraditório, construí a pergunta que me move a vontade de escrever um sistema de RPG, que recorte as regras dos jogos que mais gosto, então busquei em minha biblioteca três referências:

Rulescyclopedia

Rules é um compilado de D&D antigo, chamado de BECMI – Basic|Expert|Companion|Masters|Imortal, que eram originalmente caixas separadas, que os jogadores poderiam ir comprando, quase como se fossem DLC’s, cada caixa trazia mais regras, aumentando o nível máximo que os jogadores poderiam alcançar, bem como tesouros, itens mágicos e monstros compatíveis com os novos níveis.

Apesar do tomo ter um tamanho considerável, as regras básicas do jogo são bem simples, e não muito balanceadas (gosto disso), e o grosso das páginas são regras opcionais, monstros e listas de feitiços.

Dungeon Crawl Classics

Grata surpresa que descobri ouvindo um podcast gringo chamado Save or Die, e consequentemente o podcast sobre DCC Spellburn, este sistema utiliza o motor da terceira edição do D&D, mas simplificando muitas regras, e adicionando uma roupagem única, coisas como Elfos sofrerem dano se forem expostos por muito tempo ao ferro, magias de cura que podem curar menos, caso o clérigo tente curar alguém de alinhamento oposto ao da sua divindade e minha regra preferida, a magia mercurial, onde cada vez que um mago aprende um novo feitiço, dados são rolados, tabelas são consultadas para definir peculiaridades daquela magia.

Meu único revés com sistema é o fato dele usar alguns dados menos comuns (tipo d3, d16 etc.), até da para emular os resultados usando os dados normais, mas tudo fica com cara de gambiarra.

Five Torches Deep

Five Torches é praticamente um “mod” para deixar o D&D 5e com uma cara mais Old School, é um livro fininho, com as regras descritas de maneira muito sucinta de forma que é muito difícil tentar guiar um jogo usando apenas ele como ferramenta.

Apesar disso, as mudanças apresentadas são geniais, uma das melhores coisas que o FTD faz é dar uma importância para cada um dos seis atributos de Dungeons and Dragons, de forma que mesmo um mago, pode se beneficiar muito de um nível mais elevado de Força, que lhe garante carregar mais tranqueiras.

O sistema de carga, e desgaste/reparo dos equipamentos também é bem divertido, e intrinsecamente ligado aos atributos, mas é construído com uma elegância que não torna maçante, nem obriga os jogadores a ficar contando cada grama de cada item em sua mochila.

Com estes três livros em minha cabeceira resolvi começar a escrever o sistema, que por hora batizei de Delver’s Quest, agora começo o trabalho de sintetizar e costurar as regras que mais gostei de cada um deles.

Meu objetivo nunca foi de escrever uma coisa comercial, afinal, já existem tantos outros sistemas publicados, mas sim saciar a minha vontade de ter um RPG perfeito.

Espero fazer mais posts em breve, discutindo as minhas decisões de design.

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Stompy Murder Robots

stomp-bots

Hello hello hello Konbanwa! Resolvi fazer um post com o tipo de pauta fria mais safada de todos os tempos dessa nossa vida de blogueirinho: as famigeradas listas de Top 5!

E como otaku safado que sou, esta lista vai elencar de forma randômica, meus 5 robôs gigantes favoritos da ficção, porque afinal, em plenos 2020 ainda não da para elencar os cinco robôs gigantes da vida real  :<.

 

crab-cbr27#5 Mechwarrior Online – CRB-27B Crab

Recentemente voltei a jogar Mechwarrior online no Steam e esse mech com design narigudo caiu nas minhas graças, não sei bem porque, talvez seja o torço em forma de barril, que de alguma forma me remete a um caça, e eu amo caças.

De qualquer foça, nosso amigo crustáceo nem é tão “stompy” – já que dentro do jogo ele é considerado um mech de porte médio.

Dentro do lore de Battletech os CRB-27 foram  criados pela Star League Defence force, pra serem robôs de médio porte, mas com as guerras intergaláticas comendo soltas, pouquíssimas unidades foram produzidas, uma pena :<.

 

hawken-reaper#4 Hawken – Reaper

A primeira vez que ouvi falar de Hawken foi em meados de 2012 em um curso de desenvolvimento de jogos. Achei a identidade visual deste promissor (na época), shooter de robozinhos em primeira pessoa fantástica, e mais que rapidamente me inscrevi para o Alpha.

No final o jogo acabou cancelado (acho que ainda da para no PS4) e o que me sobrou foi esta screen shot do meu Reaper com camuflagem de Alpha Tester.

hawken-reaper-alpha
Minha screen shot favorita de Hawken

Sobre o Reaper, direto e reto, trata-se de um mech ágil (e frágil) com foco em armas de longa distância – na real esse bastardinho era um senhor Sniper!

Eu apanhei um pouco pra pegar o jeito, mas um pouco antes de largar o jogo já tinha uns frags legais!

 

anime-mobile-suit-gundam-iron-blooded-orphans-asw-g-08-gundam-barbatos-#3 Mobile Suite Gundam: Iron-Blooded Orphans – ASW-G-08 Gundam Barbatos

Sou completamente aficcionado por Gundam, a série Japa de Robôs Gigantes no espaço e adolecentes dramáticos está ai desde os tempos mais primórdios (desculpa!).

Em sua pentelhonésima iteração, que foi ao ar em 2015, e das versões mais atuais da velha história de Terráquios x Colonos Espaciais, é minha preferida.

Gundam Barbatos que herda seu nome de um Demonio da Göetia (nada pode ser mais Edge) tem um design bem diferente, com mais partes “mecânicas” aparentes, e a silhueta esguia me lembra muito minha velha paixonite de infância – a Unidade Eva 01 (Neo Genesis Evangelion).

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Unidade Eva-01 e seu tênis

Assim como o mecha roxo de tênis, o piloto do Gundam Barbatos precisa se conectar mentalmente para pilota-lo, e os combates acabam refletindo os danos no pobre diabo.

E pra finalizar, Barbatos ainda tem uma fucking maça gigante, estilo do Sauron (senhor dos Anéis, não confundir com o homem pterodáctilo da Marvel) – Estou “loco” para conseguir um kit Master Grade dessa unidade, a mão do plastimodelista chega a tremer.

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Rise your Flaaaaaaag!!!!!

 

titanfall-tone#2 Titalfall – Atlas – Tone

Tenho um dedo podre para jogos. Geralmente todo game que me encanta antes do lançamento acaba se dando mal. Foi assim com Hawken, No Mans Sky, Anthem e Titanfall.

Desse quarteto, os três primeiros eu consigo ver claros problemas ligados diretamente ao jogo que fizeram com que seu lançamento fosse um grande FLOP. Titanfall não.

Lançado em um periodo complicadissimo, os titãs tiveram de concorrer pela atenção dos moleques comedores de doritos, disputando (e perdendo) a audiência contra os donos do pedaço – Call of Duty e Battlefield.

Lembro-me que a campanha single player foi uma delicinha de jogar, a Respawn soube criar um coadjuvante carismático (BT o Titã do jogador), e a história me prendeu bastante.

No multiplayer, pouco antes dele morrer, quando ainda era possível achar alguma partida, gostava muito de utilizar a unidade Tone – um Titã de chassi do tipo Atlas (pesado), portando uma BFG e contando como “especial” uma barragem de mísseis dignas de um itano circus!

 

Infelizmente a Respawn está fazendo milhoes com seu Battle Royal Apex Legends, que é situado no universo de Titanfall, mas não conta com Titã nenhum. E dado o sucesso do genêro, acho pouco provavel um Titalfall 3 nos próximos anos.

Uma pena!

 

getter  #1 Getter Robot – Black Getter

Em 2014-2015 estava em um projeto onde passava os dias tendo de fazer levantamento tecnico no cliente, e toda manhã, ao sair da estação Barra Funda, olhava para o horizonte e visualizava que estava em um robô gigante destruíndo tudo em meu caminho.

O mecha que mais se encaixa nessa fantasia edge destrutiva é sem dúvida o Black Getter.

Com sua capa surrada, espinhos e um belo machado, essa unidade Getter é pilotada por Ryoma, que movido por sua fúria, rasga seus inimigos de maneira gloriosa em um anime com um plot pra lá de complicado de entender, mas com cenas de luta muito bem coreografadas.

Pura poesia em forma de violência!

 

Crédito das imagens: catei pelo google

 

Olha lá Olha lá! A terra do povo que não entende metáforas

CityofStars

Ontem (11/02) fomos ao cinema. O filme foi muito bom, mas como todo bom blog, preciso reclamar um pouco.

Normalmente assistir um filme é uma experiência bem direta, você senta e fica vendo alguém te contar uma história. O filme que escolhemos seguiria essa mesma formulinha batida, eu inclusive cheguei com um baita preconceito – Pois pra mim La La Land seria apenas mais um romance melado.

Mas ai as coisas começam a divergirem da experiencia convencional.

Eu, ao contrário do conjunto de seres humanos que estavam sentados ao nosso lado, chamarei de humanos, pois assim não aplico qualquer rótulo, que posteriormente poderia ser utilizado para me acusar de algum ISMO – Como dizia, ao contrario dos outros seres humanos, já sabia que o filme se tratava de um músical, esse nem mesmo seria meu primeiro musical ( para sanar sua possível curiosidade digo: foi Sweeney Todd – que por sinal gostei muito) e ai amigos e amigas começa minha primeira reclamação.

Pula Lala Pula

Logo na cena de abertura, uma bela coreografia vai pouco a pouco nos apresentando o cenário onde a história se passará ( Los Angeles ) e seus protagonistas, e claro, assim que o primeiro ator começa a cantar o bando de seres humanos começam a reclamar em voz alta “Ah não acredito – é um musical! Que porcaria!” – Sim, estamos em 2017 certo? E temos pessoinhas coloridas que vão assistir um filme e não sabem nada sobre!

Isso, o filme ganhou o “brilhante” subtítulo de “Cantando Estações” e ainda sim, havia um número considerável de pessoas pegas completamente de surpresa, que sentiam o impulso de a cada cena musical reclamar e dizer umas para as outras que deveriam sair ( mas infelizmente, não sairam ).

A segunda coisa que percebi é: os seres humanos, em sua maioria  não sabem apreciar metáforas! Eles reclamam a cada cena, e interpretam ao pé da letra. Pra eles é realmente uma história onde as pessoas começam a cantar do nada, simplesmente não conseguem entender que as músicas são apenas outra forma dos atores externarem os sentimentos das personagens!

Stars_geekEremita_Lalaland

E falando em metáforas, por Merlin, uma das cenas mais bonitas do filme, onde o casal estreita seu relacionamento compartilhando sonhos, o musical se torna um pouco mais lúdico, e a plateia vai a loucura com brados de “Que mentira!“, “Até parece!” e o clássico porem indispensável “Aaaffeee“.

Tudo isso constantemente me fez “sair” do filme, e me tornou pensativo, realmente vale a pena pagar (caro) pra ir ver um filme e correr um risco de ter sua experiência aniquilada por pessoas que não conseguem ficar caladas durante o filme?

Mas mesmo com todo esse desconforto, preciso dizer que recomendo muito o filme. O último fato que me fez achar a experiência de ver La La Land diferente do que esperava: Não é um romance. A história tem toda a casca de um romance típico: Uma garçonete que quer seguir os passos da tia e ser atriz, e um pianista “fracassado” que deseja abrir um bar que só toca música que ninguém gosta (ei! eu gosto bastante de JAZZ!); Mas conforme a história se desenrola, vemos que o sonho, e a visão que cada um deles tem de, como e quando persistir lutando por algo que já parece perdido é muito mais importante do que o relacionamento per si (apesar dele ainda ter um papel importante).

Para finalizar, eu realmente recomendo que você assista o filme, se é uma das pessoas que não gostam de músicais, tenta mesmo assim, procure ver as músicas como um sentimento, e não como ações literais, aposto que você vai gostar.

Só não sei se posso te recomendar ver no cinema porque é bem provável que tenha uma horda de seres humanos ávidos para mostrar para todo o cinema que eles estão se sentindo enganados por comprarem ingressos para um musical, eca, quem gosta de musical?

Pré-Pré-Release Magic the Gathering Kaladesh

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Amanhã vou participar pela segunda vez de um evento de Pré-Release da nova Expansão de Magic the Gathering, o que torna este um post de Pré-Pré-Release.

Minha primeira experiência em um evento deste tipo foi há três anos, as lembranças não são nada boas. Naquela época me confundi bastante com as regras, já que entre meus amigos sempre jogavamos de forma casual, e por causa disso fiz bastante besteira. Meus oponentes, garotinhos de cara fechada que sorriam de deboche a cada erro que cometia.

Todas as cartas que ganhei (neste tipo de torneio, recebemos uma caixinha com pacotes de quinze cartas aleatórias, com as quais devemos montar um deck) eram horríveis e as guardo até hoje, como motivo de falha e vergonha pessoal, como alguém pode ser tão ruim em algo que gosta?

Mas amanhã vai ser diferente! Vou tentar levar as coisas na esportiva, e além disso me preparei bem mais!

Como vou jogar o torneio de duplas, posso levar as coisas mais na esportiva, espero que consiga tirar cartas legais, e que as partidas sejam empolgantes. Tem uma porção de regras novas nesta edição, mas creio que estou muito mais preparado do que em 2013.

E afinal, esse ano teremos anões! E navinhas! Anões piloto de navinha, cara!

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Tomara que consiga tirar algumas cartas legais, se tiver sorte jogarei com um Deck Vermelho e Verde, ou Vermelho e Branco. Não são minhas combinações favoritas, mas geralmente são as que se dão melhor nesse tipo de torneio, onde as cartas são limitadas!

Amanhã faço um novo post com as fotos do evento, e um update de como foram as coisas.

Boa sorte Renato!

Freetalk – Programando minha vida

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No post de hoje, quero começar um post (ou uma série) sobre nada em especial, tipo aquelas conversas que pessoas (como meu pai) puxam do nada, quando estão em uma fila, ou sentado no banco de um ônibus.

Eu começo dizendo que odeio “freetalkers”, acho meio invasivo, mas agora eu consigo entender (apesar de não apreciar) esse desejo de compartilhar com estranhos, nossas experiências e opiniões.

Passado esse preâmbulo cheio de panos quentes, gostaria de começar o freetalk de hoje me apresentando:

Me chamo Renato, o “apelido” Shinsei vem da época em que fazia curso de Japones, e minha sensei sugeriu que eu adotasse um nome japonês.

Shinsei escreve-se  新生 o primeiro Kanji “Shin” significa “novo” e o segundo “Sei” é “vida“, sacou? Nova vida, busquei algo aproximado ao significado de Renato em latim, pouco original né?

Curiosidades, existe um banco e uma empresa de cosméticos chamados Shinsei, mas a descoberta do nome foi puro acaso pesquisando palavras parecidas com renascido num dicionário da língua japonesa.

Quando tinha 17-18 anos estava naquela fase onde não sabia o que fazer, na verdade, sabia de uma porção de coisas que não queria fazer!

Havia feito um curso de mecânica no Senai aos 15 anos, e minha passagem relâmpago pelo mercado de trabalho nessa área serviu para gravar a ferro e fogo que não servia pra isso. Mas pera ai Renato, você gosta de computadores né? Por que não segue nessa área?

Foi assim que aos 18 comecei um curso de Ciência da Computação, a universidade era muito boa, aquelas salas com centenas de carteiras, uma biblioteca do tamanho da escola publica onde fiz o ensino médio, academia de ginástica, piscinas e uma infra estrutura sem igual.

Sem igual também eram as mensalidades do curso, havia começado a usar a poupança que meu avô havia feito pra mim, mas rapidamente percebi que não ia conseguir continuar o curso, mesmo com um estágio, ou emprego de salário mínimo, não ia rolar.

Depois de ter deixado o curso de lado, enfrentei uma fase bem BAD, passei mais de 2 anos largado, um verdadeiro vagabundo, foram anos depressivos, que hoje me pego muitas vezes pensando, se eu soubesse onde queria chegar naquela época, hoje poderia estar bem melhor, é, meu cérebro às vezes gosta de me torturar com “Se’s”, mas quem não passa por isso né ?

Hoje eu sei que apesar dos pesares, essa fase teve seus frutos, inclusive o final desse período foi marcado por duas coisas que foram e são muito importantes para mim, conhecer a Dai e entrar na faculdade pública.

Graças a Fatec São Bernardo consegui entrar na área de informática, que como tudo na vida, mostrou seus altos e baixos.

Trabalhei muitos anos como consultor de ERP, apesar de não ser exatamente a área que tinha em mente quando escolhi trabalhar com tecnologia, atuar nesse segmento me trouxe coisas boas. Sempre me considerei introvertido, e a consultoria me forçou a estimular bastante minhas parcas capacidades comunicativas.

Hoje eu finalmente posso dizer que estou nos trilhos, trabalhando com desenvolvimento de software, consegui entender que toda a bagagem que adquiri ao longo destes anos, e a noção de que, mesmo que no momento não esteja fazendo exatamente o que gosto, finalmente estou programando minha vida.

Filme – A Lenda (1985) – Não pensa no Diabo que ele aparece!

A Lenda (1985)Hoje vou escrever sobre o filme – A Lenda (1985) – Não pensa no diabo que ele aparece!

Hum, acho que esse deve ser o útimo post de filmes aqui no blog, pelo menos por um tempo, então resovli escolher mais um filme velho, que me traumatizou marcou bastante nos tempos de Sessão da tarde (na minha cabeça já está tocando vinheta).

Zapeando pelo Netflix me deparei com ele no catálogo, e numa bela, nublada e preguiçosa tarde de sábado (elas foram feitas para isso né?) Resolvi rever o filme, cujas parcas lembranças que tinha, era do Demônio chifrudo, e minha vó, aumentando o trauma dizendo que ele era real, as patas de bode confirmavam, afinal, um ator não pode ter cascos no lugar de pés não é mesmo?

O filme é relativamente curto, tem o plot mais batido do mundo (o que para mim não é problema): princesa encantada Lili vive vagando e cantando pelo reino, é amada por todos e tem uma paixonite pelo garoto selvagem Jack. Enquanto isso, Senhor do Escuro Lord of Darkness, o mal encarnado, que habita um carvalho gigante que mais parece um castelo assombrado, troca uma ideia com seu pai (?), e nos  revela que está bem revoltado, já que todo dia o sol nasce, e ele não pode brincar na rua de dia.

GeekEremita_Legend

Olha essa mão boba ai Princesa!

Como todo bom empresário, o Dark lord todo poderoso, envia um punhado de Goblins fracassados para obter os artefatos mais poderosos do universo, capazes de prender o mundo em uma escuridão perpetua: Chifres de Unicórnio.

Geek_Eremita A Lenda Goblin

Coincidências a parte, nesse exato momento, Jack havia levado Lili para ver os cavalos chifrudos acasalarar dançar e brincar em meio a floresta encantada. A garota mimada, claro, não podia ficar apenas olhando, e resolveu encantar o unicórnio macho com sua magia de princesa. Bestificado pela beleza oitentista de Lili, o chifrudinho não percebe o bando de goblins a espreita, e é ferido com uma flecha envenenada.

geek eremita legend

Típica tatuagem de tiozão

Com a morte de um dos unicórnios, o mundo é jogado em trevas, ficando coberto por neve, matando todos congelados, com a princesa e a última unicórnio capturada pelo pé de bode, cabe ao Jack, unir-se aos Duendes, Elfos, Fadas e Anões da floresta, para encarar os seres mais malvados do mundo e salvar sua amada.

Minhas observações finais sobre o filme recaem principalmente sobre a maquiagem, que é realmente muuuito boa,o filme parece ter tido um baixo orçamento, já que são apresentadas poucas criaturas de cada tipo, mas os três goblins são realmente assustadores, a bruxa do pantano deixaria o eremitinha de cinco anos, uma semana sem dormir, e o que falar do capetão? Sua figura é de certa imponência até hoje.

geek eremita bruxa a lenda

Por usar e abusar de efeitos práticos, a estética do filme não ficou tão datada, e sua história é contada e desenvolvida muito mais atravez imagens do que linhas de diálogo, fazendo tudo parecer um clipe maluco de música antiga.

geek eremita darkness

Meu veredito? É um filme divertido, as vezes tem seu desenvolvimento um pouco mais arrastado se comparado aos filmes atuais, as isso não chega a ser um demérito, o filme continua perfeito em seu propósito: traumatizar crianças.

P.S: minhas reclamações continuam, parece que o pessoal da legenda ainda não entendeu a diferença entre goblins e duendes.

Filme – Águia de Aço – Eita infância boa!

aguia de aço

Na data de publicação deste post tenho 29 aninhos. Desde que me conheço por gente, boa parte dessas quase três decadas, fui um completo maluco por aviões militares.

Um dos meus passatempos favoritos era construir caças utilizando embalagens de produtos, tipo, rápidamente descobri que as caixas de pasta de dente davam excelentes fuselagens, os comandos em ação cabiam perfeitamente em meus veículos recicláveis.

Entre meus influênciadores no apreço pelas máquinas voadoras estão os livros de história, memórias de vidas passadas e filmes da Sessão da Tarde / Cinema em Casa.

Sábado passado resolvi cometer aquele velho crime de assistir filmes que amava durante a infância, por acaso do destino, dei o play em Águia de Aço.

A história, um super clichê oitentista, Doug Masters é um garoto filho de piloto militar, revoltado e incompreendido, Doug não é aceito na academia da força aerea, e resolve descontar suas frustrações em terríveis rachas entre teco-tecos e motos.

F-16Afterburner

Um belo dia, o garoto revoltado descobre que seu velho foi abatido enquanto levava a democracia para algum estado islâmico fictício, capturado, Ted Masters será condenado a morte em três dias, e o tio Sam não parece muito animado em resgatá-lo.

Desesperado, Doug reúne as melhores mentes pensantes de sua gangue de pilotos de aeroclub mirim e arquiteta um plano fantástico, que consiste em roubar informações sigilosas e um caça armado e abastecido de uma instalação militar.

Contando com a ajuda do super anjo da guarda, o coronel reformado “Chappy”, Doug consegue não apenas um, mas dois caças F-16 armados, além de algumas aulinhas de tiro.

ChappynDoug

Apesar de toda trama biruta, que para um garotinho de 8 anos parecia incrivelmente plausível, o filme conta com cenas legais pra quem curte o tema. A trilha sonora certamente foi uma surpresa, tendo clássicos oitentistas, e uma das obras primas do Queen “One Vision”.

Quem não gostaria de explodir inimigos da liberdade usando a arma mais letal (dos anos 80) enquanto escuta clássicos do rock em seu super walkman gigante de coxa?

No final, a nostalgia superou o tempo e ainda consegui me divertir bastante (mesmo que seja rindo pelos motivos errados), e recomendo muito esse tipo de expêriencia, pegue um fim de semana preguiçoso e tire o dia para rever algum dos seus filmes favoritos da infância.

O mundo precisa de mais Iron Eagles e menos cidades de papel.

Como sou nerd tetudo, não consigo me segurar, nem vou chilicar (muito) mas os terriveis MIG-23 (caças russos) que abatem o F-16 do pai de Doug, e se tornam os algozes do protagonista são “interpretados” por Mirrage 2000 (caças franceses, que inclusive o Brasil já usou), pronto, parei.

Falcon

Eu ia falar que ele tem misseis e bombas infinitas, ou que a viagem de translado utilizada como pretexto para pegar “emprestado”os caças nunca é feita com o avião carregado de armas e bombas.

Tá, parei.

E pra encerrar, mais música oitentista.

🙂

Fly Safe!

J7W- A navinha maneira que voa em nossa imaginação

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Andei jogando bastante simuladores de aviões modernos, e como estou levando a coisa a sério, peguei alguns livros de teoria de voo e combate aéreo (Dogfight) para estudar.

Voar com caças modernos é muito diferente dos antigos, são tantos botões, que as vezes, sem um joystick supimpa é preciso ter uns 2 teclados, de tantos comandos diferentes.

Resolvi iniciar meu treinamento pelo básico, de volta a um dos meus jogos favoritos: “IL2-Sturmovik” peguei uma “navinha” pouco ortodoxa, o lendário J7W Kyushu Shinden!

Esse warbird nunca chegou a voar efetivamente na WWII, mas protótipos foram capturados pelos Americanos, e o resto veio do imaginário popular.

O J7W é bem ruinzinho nas curvas, mas acelera como um trovão, instável como um cão espumando, pilota-lo foi um grande desafio.

No final, produzi meu primeiro vídeo (iei!), o game play não ficou dos melhores, mas serviu bem ao propósito!

Tcheers!

 

O Labirinto de David Bowie

banner - Labirinto

Aproveitando uma tarde preguiçosa de férias, resolvi cavar por algo diferente no Netflix e acabei me deparando com um filme, que fazia algum tempo queria assistir: Labyrinth(1986).

O filme narra a história de Sarah (Jennifer Connely), uma garota adolescente chata (redundante né?) que, como todo adolescente chato está descontente com sua vida apesar de ter tudo.

Fanática por fantasia e teatro, em uma noite chuvosa, após dar o clássico “pití” pois seu pai e madrasta a deixarem em casa, sendo babá do irmãzinho chorão, a garota recita um trecho do livro Labirinto:

Sarah_toby

Goblin King! Goblin King! Wherever you may be take this child of mine far away from me!

E puff! Eis que surge o cantor David Bowie (ao qual estou escutando no momento em que crio esse post) na figura de Jareth o Rei Goblin – Cabe aqui um comentário, de que na legenda a palavra goblin foi traduzida como Gnomo, e isso me irrita!

jareth the king

Acontece a mesma coisa em Senhor dos Anéis, onde os pobres Goblins são colocados no mesmo baláio dos Orcs … Tsc Tsc Tsc.

goblinsxgnomos

Viu? Não tem como confundir!

Voltando as vacas frias, o Jareth o Rei Goblin, pioneiro no estilo Visual Kei leva o pobre bebê chorão para seu castelo, e a partir de então, Sarah tem 13 horas (adorei os relógios de 13 horas com ponteiros em forma de espadas!) para resgatar o meio irmãozinho antes que ele seja transformado em um goblin catarrento para sempre.

Para chegar ao castelo, a garota deve se tornar a primeira Runner e atravessar um labirinto gigantesco, embarcar em uma aventura psicodélica e aprontar altas confusões, com uma turminha do barulho!

GK_Labyrinth

Com exceção de Sarah e Jareth, os únicos “humanos” todos os demais personagens da aventura são muppets fantásticos (ok, alguns de vocês também podem vir a considerar o pequeno bebê Toby como humano), que ajudam muito na imersão e assustam muito mais do que os monstros em 3D bizarro de hoje em dia.

Os bonecos são extremamente carismáticos apesar do seu ar monstruoso (aposto que a mãe do Toby teve de gastar toda a grana do cache dele com psicologos) são capazes de cativarem todos os públicos. A criatividade utilizada no seu design é incrível, não me recordo de ver monstrinhos repetidos, e todos parecem ter uma história para contar.

Ludo&Haggle

Entre meus favoritos estão, o anão Hoggle com seus olhos tristes e expressivos e as bruxinhas que são figuras velhas e parecem carregar centenas de objetos entulhados em suas costas.

Com uma história simples, posso dizer que algumas partes onde o filme flerta com um musical me incomodaram um pouco, mas a atmosfera do reino goblin e os efeitos práticos me agradam muito, tornando uma obra de arte gostosa de apreciar.

Recomendo.

Próxima parada, The Dark Cristal